2010/03/16

Criatividade ... onde ela foi parar?!?

Recentemente constatei em sala de aula algumas situações que realmente me deixam preocupado.
Ao solicitar para as turmas apresentarem brevemente tópicos de um capítulo sobre estratégia, percebo que a grande maioria chegou no momento da apresentação com o conteúdo único e restrito que o autor abordou e na tradicional forma de .ppt [algumas vezes com slides prontos baixados da internet - alguns até em espanhol!!]
Como diria o Clicio: "Preste atenção cara pálida!"
Onde está o interesse? Cerca de 25% dos acadêmicos chegaram com um arquivo salvo em uma versão não compatível com o software disponível na sala de aula. A mesma sala de aula que eles estão frequentando desde o início do ano... O mínimo que esperamos de um profissional em capacitação é o seu interesse e preocupação em verificar quais serão as possíveis condições e recursos disponíveis para sua apresentação e estar preparado para pequenos imprevistos. E isto que o alerta sobre problemas de versões de softwares já havia sido discutido em aula.
É o básico do básico das ameaças e oportunidades do ambiente externo.
Além do mais, constatei expressões do tipo "o livro cuspiu isso e nem explicou direito". Veja bem, qual é a possível interpretação de quem escuta esta expressão: Não houve interesse em aprofundar o assunto, ou quem sabe a educação na apresentação foi deixada de lado. Pega muito mal para quem se apresenta desta forma!
A expressão da comunicação poderia ser bem diferente, algo como: O autor aborda superficialmente determinados assuntos e, portanto, busquei alguns exemplos nas seguintes fontes para apresentar a vocês ....
O que assusta mesmo é que parece que muitos não percebem que estão sendo observados em um momento no qual poderiam fazer a diferença para que, em um futuro próximo, possam ser lembrados em possíveis oportunidades profissionais!
Para referências e reflexões, fica a dica de um texto sobre criatividade.
O potencial criativo depende de cada um para fazer acontecer. A passividade deveria dar lugar à pró-atividade!
Fica a dica e vida que segue.

2010/03/15

O óbvio nem sempre é aparente, mas deve constantemente ser relembrado

Lembro de um momento ímpar que muitas vezes negligenciamos, seja pela obviedade, seja naturalidade que na maioria do tempo não percebemos a importância que tem.
Há 3 anos, após uma cirurgia no LCA do joelho direito com um excelente Profissional, Dr. Ary Moré, especialista em joelhos e que realizou uma cirurgia espetacular, bem como todo o acompanhamento pós cirúrgico, Profissional que recomendo a todos.
Porém, por circunstâncias alheias as nossas vontades, tive uma infecção no joelho que fez com que a recuperação fosse muito mais lenta e que devo todo o respeito e admiração aos Fisioterapeutas Dr. Juliano, Dr.Erádio, Dr. Jackson [da Clínica de Fisioterapia de Estácio] e Dr. Matheus [da Personal Fisio] que também demosntrando um altíssimo grau de profissionalismo estiveram acompanhando e incentivando todo o processo de recuperação.
O momento que ressalto agora e que vive na lembrança foi o reaprender a andar, a impulsionar pela segunda vez na vida o Primeiro Passo - ato quase que instintivo mas que algumas limitações me proporcionaram o seu reaprendizado. Momento inesquecível que ascende para relembrar diariamente o quão importante são os gestos e atos simples que repetimos invariavelmente todos os dias.
O óbvio, com menciona Paco Underhill, nem sempre é aparente, mas deve sempre ser relembrado.
Detalhes pequenos que fazem uma grande diferença.

2010/03/14

Treino Volta a Ilha

Algumas ações se tornam relamente incompatíveis ou .. quase, tais quais:
Treinar para a prova Volta a Ilha [corrida de revezamento pelas praias de Florianópolis] e sair na noite de Floripa - sendo que a noite é nas vésperas dos treinos.
Dizzy Forever foi um espetáculo na sexta-feira: Bons tempos, ótima música, raro de se escutar atualmente.
Em compensação, o treino Joaquina-Campeche de sábado pela manhã foi literalmente para o espaço, espaço dos sonhos! Um sábado inteiro para se recuperar da festa e se preparar para o treino de domingo: Cachoeira do Bom Jesus - Ingleses - Costão do Santinho - Ingleses - Cachoeira do Bom Jesus. Cerca de 19Km em 01:59 horas.
Bom treino, sensação indescritível ao finalizar a praia dos Ingleses sendo acompanhado pela equipe e mais 12 cachorros que integraram a turma e nos acompanharam até o final do Costão, retornando e dando o devido apoio ao ponto inicial.

Noite e dia em suas constantes disputas pelo nosso tempo, opções que temos que fazer.
Salve a Ilha de Floripa!

2010/03/12

Bom humor da libélula

Retornando para casa após o almoço, me deparo com uma libélula na entrada do condomínio. Como estava se debatendo para sair da porta de vidro, resolvi dar um "help" à pequena que, para minha surpresa, acabou subindo comigo até meu apartamento.
Como a mesma demonstrava um ótimo humor e a máquina fotográfica estava preparada, ela ganhou uma seção de fotos, dentre as quais destaco algumas abaixo:


2010/03/07

Grande Show Central Station

All Photos © E.Trauer 2010
Foi ontem, em um dos melhores auditórios de Florianópolis, no Colégio Menino Jesus - Centro, o Show espetacular de Fabio Dwyer no lançamento de seu segundo CD - Central Station.
Convidados especiais deram o brilho extra no espetáculo que empolgou a platéia até o último instante.



Na produção do material visual do CD preparamos um ensaio de fotos no Sul da Ilha de Florianópolis e teve uma história fora do comum, contando inclusive com a presença de - nada mais nada menos - de uma legítima "vaca brava" que quase impediu a realização das fotos.



O final de tarde estava perfeito, luz mágica e um Engenho abandonado deram um toque ímpar no clima que estava sendo construido para Central Station.
As fotos foram passadas no palco antes do show e nos intervalos.
A primeira remessa do CD já está quase esgotada e o DVD do show está em fase de produção.
Fiquei com 15 exemplares do CD para venda e restam somente 11. Contatos em PVT. Esta remessa será vendida somente pela Internet com Fabio Dwyer.

Fotos e Making Of do Show na Galeria deste site.

Parabéns Fabio e Banda, foi um espetáculo internacional na nossa cidade.


2010/03/02

Gaiolas e Asas?


Gaiolas e Asas? Rubem Alves*


Picasso dizia: “Eu não procuro. Eu encontro”. Assim são os pensamentos. Eles aparecem de repente sem ter sido procurados. Pois, de repente, sem que o procurasse, esse pensamento me atacou: “Há escolas que são gaiolas. Há escolas que são asas”.
As gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Seu dono pode levá-los para onde quiser. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.
Asas não amam as gaiolas. O que elas amam é o vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.
Esse pensamento nasceu de um sofrimento: sofri conversando com professoras de segundo grau, em escolas de periferia. O que elas contam são relatos de horror e medo. Balbúrdia, gritaria, desrespeito, ofensas, ameaças... Ouvindo os seus relatos vi uma jaula cheia de tigres famintos, dentes arreganhados, garras à mostra – e as domadoras com seus chicotes, fazendo ameaças fracas demais para a força dos tigres... Sentir alegria ao sair da casa para ir para a escola? Ter prazer em ensinar? Amar os alunos? O seu sonho é livrar-se de tudo aquilo. Mas não podem. A porta de ferro que fecha os tigres é a mesma porta que as fecham junto com os tigres.
Nos tempos da minha infância eu tinha um prazer cruel: pegar passarinhos. Fazia minhas próprias arapucas, punha fubá dentro e ficava escondido, esperando... O pobre passarinho vinha, atraído pelo fubá. Ia comendo, entrava na arapuca, pisava no poleiro – e era uma vez um passarinho voante. Cuidadosamente eu enfiava a mão na arapuca, pegava o passarinho e o colocava dentro de uma gaiola. O pássaro se lançava furiosamente contra os arames, batia as asas, crispava as garras, enfiava o bico entre os vãos, na inútil tentativa de ganhar de novo o espaço, ficava ensangüentado... Sempre me lembro com tristeza da minha crueldade infantil.
Violento, o pássaro que luta contra os arames da gaiola? Ou violenta será a imóvel gaiola que o prende? Violentos, os adolescentes de periferia? Ou serão as escolas que são violentas? As escolas serão gaiolas?
Me falarão sobre a necessidade das escolas dizendo que os adolescentes de periferia precisam ser educados para melhorar de vida. De acordo. É preciso que os adolescentes, é preciso que todos tenham uma boa educação. Uma boa educação abre os caminhos para uma vida melhor.
O que é uma boa educação?
O que os burocratas pressupõem é que os alunos ganham uma boa educação se aprendem os conteúdos dos programas oficiais. E para se testar a qualidade da educação criam-se mecanismos, provas, avaliações, exames, testes.
Mas será mesmo? Será que a aprendizagem dos programas oficiais se identifica com o ideal de uma boa educação? Você sabe o que é “dígrafo”? E os usos da partícula “se”? E o nome das enzimas que entram na digestão? E o sujeito da frase “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heróico o brado retumbante”? Qual a utilidade da palavra “mesóclise”? Pobres professoras, também engaioladas pelos programas... São obrigadas a ensinar o que os programas mandam, sabendo que é inútil. Bruno Bettelheim relata sua experiência com as escolas: “Fui forçado (!) a estudar o que os professores haviam decidido o que eu deveria aprender – e aprender à sua maneira...”
Qual é o sujeito da educação? O sujeito da educação é o corpo. É o corpo que quer aprender para poder viver. Esse é o único objetivo da educação: viver e viver com prazer. A inteligência é um instrumento do corpo cuja função é ajudá-lo a viver. Nietzsche dizia que ela, a inteligência, era “ferramenta” e “brinquedo” do corpo. Nisso se resume o programa educacional do corpo: aprender “ferramentas”, aprender “brinquedos”. “Ferramentas” são conhecimentos que nos permitem resolver os problemas vitais do dia-a-dia. “Brinquedos” são todas aquelas coisas que, não tendo nenhuma utilidade como ferramentas, dão prazer e alegria à alma. No momento em que escrevo estou ouvindo uma sonata de Beethoven. Ela não serve para nada. Não é ferramenta. Não serve para nada. Mas enche a minha alma de felicidade. Nessas duas palavras, ferramentas e brinquedos, está o resumo educação.
Ferramentas e brinquedos não são gaiolas. São asas. Ferramentas me permitem voar pelos caminhos do mundo. Brinquedos me permitem voar pelos caminhos da alma. Quem está aprendendo ferramentas e brinquedos está aprendendo liberdade. Quem aprende liberdade não fica violento. Fica alegre, vendo as asas crescerem... Assim todo professor, ao ensinar, teria de perguntar: “Isso que vou ensinar é ferramenta? É brinquedo?” Se não for é melhor deixar de lado.
As estatísticas oficiais anunciam o aumento das escolas e o aumento dos alunos matriculados. Esses dados não me dizem nada. Não me dizem se são gaiolas ou asas. Mas eu sei que há professores que amam o vôo dos seus alunos. Há esperança.

*Psicanalista, educador e teólogo, Rubem Alves é, também, autor de livros e artigos abordando temas religiosos, educacionais e existenciais, além de uma série de livros infantis.

Fonte: http://www.rubemalves.com.br/gaiolaseasas.htm